Mergulhando, Indo mais e mais ao fundo, Na mente humana. Ó maravilhosa complexidade! A mente que mente, que engana A mente que sente e esconde e ama A mente que aprende, apreende, resolve e desenvolve – a mente que cria? – Nesta tanto há que não a compreendemos por inteiro: Sonhos, desejos, sentimentos, sensações, atos falhos e mais e mais... Traumas passados que podem gerar (ou ter gerado) medos ou dificuldades futuras ou presentes... – muito mais... – Cuidado! não vá se perder em si. Por meio de Freuds, Lacans, Jungs e muitos outros, novos ou não, Um entendimento é buscado, uma explicação é proposta; Desvios de padrão? O não adequar-se a... , ou o não parecer com... Faz de um indivíduo louco? Diferentemente louco ou apenas diferente? Existe um padrão pré-estabelecido? Somos nós moral e socialmente normalizados? Bem o tentam... Mas, não, não o somos! Somos diferentes, únicos: Uma unidade disforme e singular; Uma massa diversa que v...
Embebedam-se de sangue e repousam sobre os corpos putrescentes, os ladrões da noite. Inimigos dos boêmios e dos poetas que vagam... Aproximam-se sorrateiros, os ladrões da noite - oh, criaturas repugnantes! Ao luar espreitam... Rastejam, urram e espantam as frágeis garotas e outros passantes amantes da noite. Seres sem alma que dissipam a calma. Como pode um poeta escrever, se não há vida lá fora? Nem um Ser, uma mulher a quem oferecer uma flor ou sussurrar versos de amor... Só o sofrimento tem lugar, nesta noite vazia e vã... Desapareçam, ó crias de satã! E o boêmio, que entre um copo e outro, as mágoas pretende afogar? Numa mesa de bar, só e triste... Ouvindo aquela canção.... sentindo-se o verdadeiro astro, ao reconhecer em si a desventura cantada – “mais um uísque!” “Mais uma dor!”... A boate cheia... E nada para acalmar... O temor toma conta, e a cidade se esconde. A tormenta é tanta, pois real e ...
De olhos castanhos e cabelos louros, Envolta num magnífico e feérico luar, Revela-se, assim, o divino sonho; Qual uma bella fiore dell´Italia, desabrocha-se à visão. Não como uma flor de um campo ou jardim qualquer, Mas uma flor-Marina, nobre e romana De linhagem operística, do bel canto de Caruso. Una furtiva lagrima escorre-me pelo rosto, ao vê-la ali, tão bela, tão ela... ah... Num ato mudo, estendo-lhe a mão... Eu, pobre Pierrot Que desta fonte não pode beber Sem todo o encanto temer... Quem sabe um dia há de aparecer Alguém que me queira entender... Sonha, Pierrot... “A lua ilumina o teu belo corpo Que flutua sereno pelo espaço Um corpo puro, anjo desnudo Muito delicado e bem traçado... Ao longe vejo-te admirado Serias tu a minha amada? Não! não se toca no que é divino Nem se tem anjo por namorada...” Num instante... A quimera fez-se real, entregue aos meus braços.....