Ao Poeta Iluminado (Tacito) (2010)
Parte I
Ó
meu poeta iluminado,
Por
que sofres assim?
Não
é da vida a dor algo destinado;
Nem
o amor, em si, um fim...
Tu
a amaste
Desde
o princípio a amaste...
E
a amaste tanto, no desejo vão,
quanto
hoje, quando ela diz não!
Ah...
poeta amigo,
O
amor é a chama que devora!
Não
percas a cabeça! Ouve o que te digo!
A
mim, a ti, a todos devora...
O
Céu é para os de coração puro.
No
Reino Celeste, só Cristo é o juiz;
Sendo
assim, não abandones esta Luz;
Ela
te guia e te traça rumo certo e seguro.
Parte II
Não
te vás, poeta sofredor!
Perdido
nas teias do amor.
Um
labirinto de esperança e horror
é
a teia que te prende em dor...
Morto
o peito como a flor no inverno
Resta
a esperança de uma nova primavera:
O
renascer do sol numa nova era;
O
desabrochar da flor noutro campo sereno...
Perdeste
a razão em prol do coração
Perdeste
o coração por uma paixão.
Por
este amor que julgas supremo,
na
vida chegaste ao extremo!
Porém,
só com um novo amor
Desta
teia hás de salvar-te
Deste
extremo hás de tirar-te
E
curar toda angústia e dor.
Para Paulo B.