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Mostrando postagens de março, 2021

Preso em Liberdade: Parte IV (2009-12)

  Por que não ser eu apenas eu, simplesmente eu e nada mais? Quem mais, além de mim, eu poderia ser? Se pude ser, por que não o fui? Por que não o sou? E tu, volto a perguntar, quem és? E minha musa, quem é? O que está por de trás de tamanha beleza? O que escondem aqueles belos olhos azuis? E aquele sorriso contido? Em meus sonhos já fora tantas: Uma bailarina a rodar no infinito; Uma doce e misteriosa visão praieira; Um girassol iluminado... Mas nunca Ana! Rivas, talvez. Mas Ana, nunca...

Preso em Liberdade: Parte III (2009-12)

  Não é só a mim que eu temo, Temo-me frente aos outros: O que pensarão? Gostarão de mim? Será que corresponderei ao que pensam? E se... e se... não gostarem de mim? Penso, ninguém me conhece, ninguém me entende; No entanto, faço-me entender, conhecer? Não, permaneço fechado, oculto... Impeço e proíbo que me descubram. Posso não ser bom o bastante – se é que existe esse “bom o bastante” – Tudo depende do “para quem”, Do outro, enfim... Sem este, eu não existiria. Não me basto! Quem se basta? Se não houvesse o outro, Para quem escreveria? Quem ler-me-ia? Tu, que me lês, és um dos outros, Um de muitos outros que, em sua simples existência – sejam: mulheres, homens, crianças, animais, coisas; Seres em geral, humanos ou não –, fazem-me ser eu, e não outro: Se sou Humano, e penso, e sinto e..., é porque há outros Seres, Seres Não-Humanos, portanto, que não pensam, não sentem, não... – não pensam, e não sentem, e não... como eu, ou como nós, Huma

Preso em Liberdade: Parte II (2009-12)

  Confesso, estou preso, Preso em mim, sou prisioneiro de mim; Sou meu próprio cárcere e algoz. Escondo-me, bloqueio-me, puno-me... Vigio-me... Com qual finalidade? Será medo? Se for, medo de quê? Do mundo? Dos outros? Da vida em geral? De mim? Certamente, entre todos, este é o maior. Temo a mim, receio saber-me; Conhecer-me, nem pensar! No espelho, não me olho; Temo fitar diretamente aqueles olhos, Olhos meus que se refletem; Olhos que me observam, indagam-me, Que em mim desejam penetrar; Serão mesmo meus? Olho-me ou olham-me? Qual, na verdade, serei eu, O Ser que foge ao temer-se a si mesmo, Ou o simples reflexo “preso” no espelho? Um tem a vida, a liberdade, mas se esconde; Enquanto o outro, mesmo preso, possui a vontade e os sonhos. Como romper esta barreira? Como “atravessar” o espelho? Como unir sonho e medo, se este anula aquele?

Preso em Liberdade: Parte I (2009-12)

  Estou de volta! Sim! Voltei a mim... Acordei, despertei de um sonho: Do sonho utópico no qual me encontrava. Estava perdido em devaneios vãos, Não me reconhecia no que sentia; Quem vivia não era eu, embora dentro de mim. Era algo novo, deveras novo, o que vivia; Algo bom, diverso, inexplicável... Mas não era eu... não sou eu... Quem sou eu? Só sei, já o disseram, não ser o que penso ser; Quem, afinal? Digo não sei, e como saberia? Diz-me tu, sabes quem sou? Sabes ao menos quem és? Não! então como saberei eu quem sou ou quem és? Como o saberá alguém? Se há alguém, quem é alguém? Quem somos nós? Deveria eu ter permanecido adormecido, No bom e eterno sonhar? Por que tantas perguntas, tantas questões... Diz-me Ajuda-me, liberta-me!

Oração de Páscoa (07/04/2012)

  Acendo esta vela para celebrar a ressurreição de Cristo; Para o perdão dos meus pecados E para o novo caminho que hei de seguir. Exultai ao Cristo ressuscitado! Exultai ao Senhor o nosso Deus! Exultai ao Senhor complacente! Exultai ao nosso Deus vivo! Que sua Luz brilhe eternamente! E se faça em todos presente! Hosana, hosana nas alturas Hosana, hosana nas alturas                                              Amém.

À Muse & À Musa (2012)

  À Muse   Ah ma muse, Ma belle muse, C´est mon poème pour toi. Ce n´est pas le poème d´un roi: Il est petit, il est gentil; gentil comme le vent dans la nuit. Viens, ma muse, viens et regarde la lune, les étoiles qui brillent dans l´haut ciel… Tout est beau, la vie est ici… Et nous sommes ici, aussi, pour vivre la vie. Pour aimer...     À Musa Ah minha musa, Minha bela musa, Este é o meu poema para ti. Esse não é o poema de um rei: Ele é pequeno, ele é doce; doce como o vento na noite. Vem, minha musa, vem e olha a lua, as estrelas que brilham no alto céu... Tudo é belo, a vida é aqui... E nós estamos aqui, também, para viver a vida. Para amar...

Marina (2012)

  De olhos castanhos e cabelos louros, Envolta num magnífico e feérico luar, Revela-se, assim, o divino sonho; Qual uma bella fiore dell´Italia, desabrocha-se à visão. Não como uma flor de um campo ou jardim qualquer, Mas uma flor-Marina, nobre e romana De linhagem operística, do bel canto de Caruso. Una furtiva lagrima escorre-me pelo rosto, ao vê-la ali, tão bela, tão ela... ah...   Num ato mudo, estendo-lhe a mão...   Eu, pobre Pierrot Que desta fonte não pode beber Sem todo o encanto temer... Quem sabe um dia há de aparecer Alguém que me queira entender...   Sonha, Pierrot...   “A lua ilumina o teu belo corpo Que flutua sereno pelo espaço Um corpo puro, anjo desnudo Muito delicado e bem traçado...   Ao longe vejo-te admirado Serias tu a minha amada? Não! não se toca no que é divino Nem se tem anjo por namorada...”   Num instante...   A quimera fez-se real, entregue aos meus braços... num movimento quase mágico... O t

E o vento levou... (2012)

  Lola Carolina Marina Laís, Beatriz Debora, Luana versos, flores, canções... Morena do Mar Clara Ângela Luiza, Juliana Rivas Ana Eva bailarina, girassol... Grace Bias: Um, Sá, Vieira Ingrid Tammy, Megan Meg Jordana Renata sambas, fados, bossas... Giu Mariana Marianinha jazz, blues, femmes fatales... Olga, Mélanie Amanda, Nani, Karnaby valsas, choros, modinhas... Mayara Camila sonhos, drinks, solitude... Datise, Gisele Nathália Vanessa Andressa e Ma. Loprete. hum... tantas flores, tantos amores... ah... onde estão os meus anjos!

Mélange (2012)

  You have quelque chose que me atrai, Algo délicat et wonderful... Je ne sais pas porque I love you... Talvez... I don´t know... je pense... You are belle! my fleur, mon amor... Je peux voar et meet you dans the moon... Tu estás in my dreams, mon amour... Mes verses are para ti, My love, meus pensamentos sont à toi... Hier, today et amanhã... pour sempre Je vais te amar, don´t forget isso.

Tentativa de Idílio (2012)

  Ah, queria compor-te um idílio... E que este começasse num amanhecer ensolarado, com a brisa balançando a verde relva... Talvez um belo lago para compor o cenário... Sim, um lago onde pudéssemos, depois de percorrer os campos floridos, refrescar os nossos corpos nus... Somente o canto dos pássaros e o som de uma cachoeira perto dali quebrariam o silêncio do lugar... Ao fim do dia, no alto de um morro, contemplando o pôr-do-sol, Eu pegaria tua mão e recitaria versos como:   "Ai, quem me dera o céu... Hum... quem me dera o mar... Quem me dera o teu olhar...   Olhar que é teu, de encontro ao meu, Sem mais adeus... sem mais penar...”

À Madrugada (2012)

  O fado cheira à saudade. O perfume atrai e dá vontade. A madrugada existe, a solidão insiste; A musa falta, o poeta cala e chora. Chora um choro sem lágrimas, o poeta chora... Chora letras, chora versos, chora poesia...   Melancolicamente... o poeta vai à janela: Olha a lua – tão bela é a lua! Sente a brisa – hum... a brisa! Escuta o mar – ah... o mar...

Minha Vida (ou Poema em Parceria)

  Pelas praias, ruas, por todos os caminhos eu as vejo passar, eu as vejo sorrir. Tão belas elas são, belas e difíceis, e distantes... Distantes como aquela flor no alto da montanha; que de longe contemplo, que de longe anseio. Por que esta distância? Por que esta indiferença? Será a solidão o fado deste poeta? Um fado sem saudade, um fado de ausência. Dos berçários da emoção Surgiu o grande poeta origem Claudia e João. Na cidade de São Paulo no meio de toda fuligem ocultou o sentimento, o segredo a origem. Nos seus pequenos dez anos sutileza que é ao abrigo da vovó querida Maria José. Jayro partiu, mas deixou obrigação, de aceitar no futuro fruto da motivação. Hoje embora distante da capital, sinto a necessidade, acontecimento formal. Talvez ninguém me entenda, a sutileza do amor, mas eu falei nestes versos a riqueza do amor. Encerro meu pensamento, no escudo da verdade traduzindo aos amigos fortaleza de amizade. Rafael Rezende Pintaudi enri

Coisas do Poeta: A Prisão do Poeta (2010-11)

  O tempo que é meu a mim não pertence... Me pertence a prisão, e no meu eu-prisão passo inexistente, passo ausente... passo por passar, passo em vão...

Coisas do Poeta: O Enigma do Poeta (2010-11)

  Ei-lo... Como alcançar aquela flor no alto da montanha? Se tentar escalar, corro o risco de cair abismo abaixo... Se esperar demais, o Tempo a flor murchará!... Caso o topo eu alcance: Se eu a colher, logo fenecerá, Do contrário, seria uma flor de plástico, falsa e sem perfume... Pode ser que eu não seja o único a desejá-la; E que outros já estejam indo ao Grande Encontro... Talvez até já faça parte de um jardim, e eu passe por invasor... Talvez tenha espinhos que me venham ferir a alma... Talvez... sempre talvez...

Coisas do Poeta: O Lamento do Poeta (2010-11)

  Ah... a musa... a musa... tão presente... tão distante... tão bela... tão ela... tão... tão nada... nada...

Coisas do Poeta: A Dor do Poeta (2010-11)

  O peito sente o que a boca cala E o verso fala o que vem d’alma. Em tempo de psicalgia, Nasce aqui uma poesia. Tão triste como ela, Só a vida à janela; E o amor sem aquela Que em sonho me vela...

Coisas do Poeta: A Alma do Poeta (2010-11)

  Segue em frente, o poeta errante: Só o horizonte será o seu limite! Ou a morte, fim da vida terrena... Mas sua alma jamais morrerá! Seu canto voará livre... ao vento... E seu amor, bem como a sua dor, Há de sempre encontrar abrigo, Num outro peito sonhador...

Coisas do Poeta: O Sonho do Poeta (2010-11)

A dançar, a cantar pelas estradas, por todos os caminhos... Um trovador, um homem errante... Amante da noite, da lua e das estrelas... Com sua poesia, sua lira, seu ideal... Suas estórias de aventuras, mundos e gentes outras, Donzelas, vilões, reinos e amores impossíveis...

Coisas do Poeta: A Poesia do Poeta (2010-11)

Na poesia, o sonho e a melancolia. Ó solidão, meus versos te louvam! A melancolia me domina... O sonho me consola...

Coisas do Poeta: A Solidão do Poeta (2010-11)

  Um poeta sem musa é como uma árvore no meio do deserto: só e sem razão.  Possui  folhas frondosas, deliciosos frutos, mas não há ninguém para vê-las ou colhê-los... Ah... a solidão do poeta... ela o consome, ela o devora, em especial, nas noites de inverno, quando este olha para o lado e se vê só... E num violento impulso, o poeta abre a janela - objeto esse que lhe permite o contato com o mundo exterior - e fita desesperadamente a lua que brilha; o luar, sempre belo, sempre ali... a consolar, a lhe dar razão: razão de existir, de ser, ser ele mesmo, poeta... razão para escrever, para amar... e sair rumo ao grande encontro, como um trovador a vagar pelos campos, florestas, cidades e países distantes... cantando e dançando o poeta vai, e vai em busca de sua amada; noite e dia, sol ou chuva, frio... ele vai, e não desistirá nunca! Pois é isto o que ele é: o eterno amante da vida e dos caminhos...

Apelo ao Mar (24/12/2011)

  Levai-me, ó mar Lavai minh’alma impura Levai-me, ó mar Silenciai-me em vossos fortes braços... Levai-me, ó mar Que aqui eu não valho! Ó mar... Aqui eu não sou, não fui e nem serei... Levai-me, ó mar Se nada sou ou serei, que me importa existir? Levai-me, ó mar Que quase tudo perdi e estou a perder o que me resta... O que me prende? Levai-me, ó mar Que eu quero partir! E quero partir em definitivo, Sem jamais regressar... Levai-me, ó mar Que eu já desisti...  

Eu Poeta (2011)

  Poeta recitat et amat E tudo pára por aí... Principalmente para este que vos escreve! De algumas ganhei um sorriso, um bilhete de agradecimento; No entanto, nada mais houve: a distancia e a indiferença permaneceram... Nem um afeto ou efeito provocado... Falta-me aquele quê de amor correspondido De amar e ser amado, de ser com e para o outro... Ah... talvez a solidão, ou melhor, a falta de amor seja o meu destino... Mas não deixo de escrever! Afinal, não é só para isso que escrevo; Escrevo o que sinto, desejo e sonho. Em meus versos materializo pensamentos e sensações; Aprisiono-os, lapido-os, buscando certa ordem... Ora com rimas ora sem Ora com objetivos ora meros devaneios tolos, Mas sempre sentidos, sempre inesperados: Surgem no momento, lá de dentro, e aos poucos tomam sua forma. Nascem do espanto, mas crescem com o tempo e a dedicação.

Estudando a Bossa (2011)

  Interessante, Mas sou mais a Bossa verdadeira do que esta brincadeira de Zé; Zé da Tropicália, esperto e sem namorada. Um Tom sem Jobim, que não vê o amor, enfim. Que, quando pega na viola, esquece o coração e tira um sarro dela, a musa da canção.

Soneto Inverso (2011)

  Quando grito ao vento versos loucos, Como ao luar uivam os lobos, O que espero?   Que desça do céu um anjo lindo? Que me venha assim sorrindo, puro e sereno como o sereno da noite?...   E me leve a bailar entre as estrelas, Cuja beleza encanta os solitários debruçados nas janelas E os faz sonhar em vãos tormentos Embalados em seus lamentos?...   Ah... mas o grito é mudo, o verso é triste... A noite passa... a lua assiste... O revólver engatilhado espera o “click”, rodando ao som de Dick...

O Sonho (2011)

  a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará... a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará...   O anjo, a valsa e o piano... A lua, no céu, brilho único... A rodar... rua escura e deserta... A rodar... a musa e eu, o poeta...   a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará... a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará...   Os versos, o sonho e a noite... A dança, a janela, uma ponte... A rodar... a rodar... e não mais parar... A rodar... a rodar... e jamais acordar...   a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará... a rodar... a rodar... lalárarará, lalárarará, lará...   a rodar...

Soneto a Lola (2011)

  Tu és bela, Lola Flor!... E eu cá sem amor... Procurando o teu olhar Uma bela flor para amar...   Deixa que digam! Que riam, talvez... Os tempos passam, Escuta-me ao menos uma vez...   Por que me negas, Se te procuro? E me ignoras quando te   juro o sentimento que há em mim? Será vão o meu tormento?   Para Carolina S. R., a Lola.

Samba (2011)

  O Samba não vai morrer! Haverá sempre um coração Aberto e pronto pra bater Num Samba em Feitio de Oração .   E se por acaso adormecer, Em meio a tanta inovação, Não tardará a renascer, Numa bela evolução.

Os Ladrões da Noite (2010-11)

  Embebedam-se de sangue e repousam sobre os corpos putrescentes, os ladrões da noite. Inimigos dos boêmios e dos poetas que vagam... Aproximam-se sorrateiros, os ladrões da noite - oh, criaturas repugnantes! Ao luar espreitam... Rastejam, urram e espantam as frágeis garotas e outros passantes amantes da noite.     Seres sem alma que dissipam a calma. Como pode um poeta escrever, se não há vida lá fora? Nem um Ser, uma mulher a quem oferecer uma flor ou sussurrar versos de amor... Só o sofrimento tem lugar, nesta noite vazia e vã... Desapareçam, ó crias de satã!   E o boêmio, que entre um copo e outro, as mágoas pretende afogar? Numa mesa de bar, só e triste... Ouvindo aquela canção....   sentindo-se o verdadeiro astro, ao reconhecer em si a desventura cantada – “mais um uísque!” “Mais uma dor!”... A boate cheia... E nada para acalmar...   O temor toma conta, e a cidade se esconde. A tormenta é tanta, pois real e próxima, Que nada se vê, ou

O Tempo (2011)

  O tempo é o tempo. A vida é a vida. A vida está presa ao tempo: O tempo marca a vida. O relógio marca o tempo.   O Homem fez o relógio. O tempo é de Deus. A vida é o sopro do Criador. O Homem crê e segue o relógio: Esqueceu-se de Deus?