Preso em Liberdade: Parte II (2009-12)
Confesso,
estou preso,
Preso
em mim, sou prisioneiro de mim;
Sou
meu próprio cárcere e algoz.
Escondo-me,
bloqueio-me, puno-me...
Vigio-me...
Com
qual finalidade?
Será
medo?
Se
for, medo de quê?
Do
mundo?
Dos
outros?
Da
vida em geral?
De
mim?
Certamente,
entre
todos, este é o maior.
Temo
a mim, receio saber-me;
Conhecer-me,
nem pensar!
No
espelho, não me olho;
Temo
fitar diretamente aqueles olhos,
Olhos
meus que se refletem;
Olhos
que me observam, indagam-me,
Que
em mim desejam penetrar;
Serão
mesmo meus?
Olho-me
ou olham-me?
Qual,
na verdade, serei eu,
O
Ser que foge ao temer-se a si mesmo,
Ou
o simples reflexo “preso” no espelho?
Um
tem a vida, a liberdade, mas se esconde;
Enquanto
o outro, mesmo preso, possui a vontade e os sonhos.
Como
romper esta barreira?
Como
“atravessar” o espelho?
Como
unir sonho e medo, se este anula aquele?